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9º Jornal Sala de Fotografia

Por Liliane Giordano


Nesta edição, abrimos espaço para uma reflexão profunda sobre o que significa ver, registrar e compartilhar o mundo por meio da fotografia. Aqui, o olhar se afina pela escuta e a imagem deixa de ser apenas documento para tornar-se relação uma construção sensível entre corpos, lugares e afetos. Cada trajeto vivido, cada pausa diante de uma cena, cada conversa que se inscreve no tempo transforma o espaço em território, como nos lembra Yi-Fu Tuan: é o afeto que faz da cidade um mapa vivo.


Celebramos o valor da presença e reafirmamos que a cultura não nasce no isolamento, mas na escolha de estar junto. Quando olhares se cruzam e vozes se escutam, surgem as bases para projetos artísticos, sociais e econômicos que se sustentam na potência das relações. A economia criativa aparece aqui não apenas como campo de inovação, mas como afirmação de que criar é tecer vínculos, fortalecer processos e imaginar futuros comuns.


O público, nessa jornada, não é espectador passivo: é coautor. São as pessoas que dão sentido aos espaços, que ampliam as fronteiras da cidade, que reinscrevem a memória no presente e transformam o cotidiano em narrativa. Produzir cultura, seja fotografar, curar, comunicar ou compartilhar, requer tempo, formação e cuidado.


A fotografia, quando compartilhada, renova a experiência do olhar. Ela convoca à pausa, à delicadeza, à percepção dos mundos que acontecem nos pequenos gestos. Entre a imagem e a vida, sempre há uma possibilidade de encontro.


Este manifesto convida você a continuar o percurso: caminhar com atenção, olhar com presença, conversar com abertura, inventar com o outro. Continuar desenhando mapas feitos de afeto, memória e presença. Continuar acreditando que a cultura é o que nos conecta no tempo, no espaço, no cuidado que nos sustenta.


 
 
 

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